Romances e Leituras: Justiça a qualquer preço

Justiça a qualquer preço - John Grisham

*exemplar cedido pela editora

O primeiro livro que li do John Grisham foi “O último jurado”, e bastou para que eu me apaixonasse pelo autor. Por isso, quando vi o lançamento de “Justiça a qualquer preço” fiquei muito curiosa para ler.

Vejam só, eu AMO enredos contextualizados na área jurídica, e o John é advogado especializado em direito penal, e é por isso que tantos dos livros dele são ambientados nesse meio.

Inclusive, já estou esperando uma série na Netflix baseada nos livros dele.

(Observação: a produção acaba de me informar que na Netflix tem “Inocente”, série baseada no único livro de não-ficção dele, e tem o filme "A firma")

Mas voltando ao livro: quando comecei a leitura de “Justiça a qualquer preço” eu estava com as expectativas lá em cima. Não posso dizer que me decepcionei, mas acho que recebi informação demais.

Calma, vou explicar.

No lançamento da Editora Arqueiro, Grisham nos apresenta um grupo de amigos que está para começar o último semestre da faculdade de direito. Seria um indício de um futuro promissor, não fosse o tamanho das dívidas do financiamento estudantil e o fato de que nenhum deles consegue emprego.

Um dos amigos do grupo está prestes a ter um colapso emocional, em grande parte motivado pelo crescimento das dívidas e a insatisfação com a universidade. Ao entrar na Faculdade de Direito Foggy Bottom o futuro pintado era maravilhoso. Porém, os estudantes foram percebendo que a faculdade vendia uma enganação, e um deles passou a investigar diversas faculdades de direito. É quando ele descobre que existe uma ligação entre várias delas, um operador de investimentos, escritórios de advocacia e uma financiadora privada especializada em empréstimo.

Achou complexo? Pois é aí que eu quero chegar, e é por isso que ali em cima eu falei em “excesso de informação”. A linguagem do John não envolve termos técnicos, mas é densa. É um enredo que flui, que você mergulha, mas precisa nadar batendo braços e pernas para não afundar.

O que eu quero dizer é que você recebe muita informação, e se não estiver 100% focado, vai perder detalhes que podem fazer a diferença quando a leitura avança.

São 329 páginas de uma história que te faz questionar os próprios conceitos de amizade, lealdade, certo e errado.

“Justiça a qualquer preço” vai dar um nó na sua cabeça, principalmente quando você percebe que está torcendo por um grupo de amigos que está fraudando o sistema bancário e jurídico norte-americano.

A edição da Arqueiro não tem nada de diferente de outras edições da editora, porém o trabalho de revisão está impecável – como normalmente é.

O título original do livro é “The Rooster Bar”, e ao longo da leitura você entende completamente o motivo desse nome. Mas admito que “Justiça a qualquer preço” vende bem mais do que “O bar do Galo”.

Eu ainda não sei o que pensar do final, não sei dizer se fiquei feliz ou não. E eu acho incrível que a gente saia de uma leitura se questionando, tendo mais perguntas do que respostas sobre ética e sobre o que é, realmente, justiça.

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