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    12
    ago
    2014

    Minha vida daria um filme - Simona Toma




    Sinopse:Toni é uma garota de 18 anos que vive em Milão com a família (e com um gato muito louco). Ela adoraria que a vida fosse como em um roteiro de cinema: tudo no lugar certo, na hora certa e com a pessoa certa. O problema é que no mundo real o roteiro é sempre inesperado e cheio de surpresas. E Toni e suas amigas, Clementina e Matilde, vão viver dias bem agitados. Quando Toni conhece Filippo, descobre o que quer dizer a expressão "amor à primeira vista", bem do jeitinho que só acontece nos filmes. E vai ser justamente no cenário caótico de um set de cinema que Toni viverá o seu momento de diva. Filippo é assistente de direção de um filme, então só resta a Toni - com Clementina e Matilde - participar das filmagens... E, em meio a atrizes neuróticas, figurinistas paranoicos e um diretor de cinema temperamental, ela terá a chance de escrever mais algumas linhas da sua história. Mas no cinema o que parece realidade é apenas ficção. Será assim com a paixão de Toni? Venha curtir essa história de amor (e algo mais) em um ensolarado verão italiano, pois o filme só espera você e sua turma para começar: luzes, câmera, e... ação!

    {Resenha} Minha vida daria um filme - Simona Toma - Editora Fundamento

    Um delicioso romance juvenil italiano que deve ser apreciado aos poucos. A história é clichê com um toque de cinema, mas o que deixa o livro interessante é o humor ácido das personagens e o estilo intenso da narrativa. Desde a primeira página nós já podemos ter uma ideia do que vamos encontrar e já vou logo avisando que é diferente dos romances juvenis americanos e brasileiros. Não só pela cultura, mas a autora tem um senso de humor bem agressivo que às vezes é muito engraçado e outras causa certo estranhamento. Você lê de novo a mesma frase e fica embasbacado com as personagens, principalmente com Matilde que é a adolescente literária mais chata que já vi na vida.
    Sério! O que é este ser italiano, modelo, linda e super arrogante? Odiei a Matilde desde a primeira linha. Que garota chata! Eu queria muito que ela se ferrasse no livro! Fiquei o tempo todo torcendo contra Hahah! Ai, eu detesto gente pedante! Pelo menos a protagonista é bem romântica e irônica, se não eu não aguentaria ler até o final. O ser é grosseiro e tem muito ódio no coração. Como Toni pode aguentar uma amiga assim?

    Aliás, Tôni de Antônia  é uma menina romântica, sonhadora, mas bem diferente das personagens avoadas que tem esse mesmo estilo. Ela encontra o amor de sua vida, Filippo, no primeiro capítulo e tem certeza de que vão viver juntos para sempre. A diferença está neste ponto, ela tem tanta convicção que vai ser feliz com o sujeito praticamente desconhecido,  que o leitor fica com pena e acaba acreditando. Claro, que no fundo sabemos que algo vai acontecer, mas é a Toni é tão dramática e surreal que você acha graça de seus sonhos. 

    O enredo da narrativa é interessante e a autora ambienta muito bem. Eu me senti nas praias do Sul da Italiana sem nunca ter ido lá e ainda deixei a minha imaginação fluir na descrição dos personagens. O protagonista masculino tem bigode! Eu nunca conheci nenhum personagem jovem bigodudo e atraente. Confesso que deu um nó na minha cabeça. Filippo é bem sem sal, mas Toni o imagina como um deus do Olimpo, então você acaba caindo nas ideias dela.

    Frederico merece um parágrafo à parte. O mocinho da história é HILÁRIO! Os diálogos entre ele e Toni são de outro planeta. Eu nunca vi coisa parecida! Ri demais e achei genial a sacada da autora. Parecia um filme doido de Pedro Almodóvar. Frederico é intenso, fofo, gentil, e faz de tudo no set de filmagem. 


    Quote de Frederico:
    “- Como as garotas são absurdas. Se um cara não é cafona, grosseiro, ou mal-educado, obrigatoriamante tem que ser gay...
    - Por favor, eu entendi a lição, estou me sentindo uma porcaria.
    - E agora, vamos, boneca, não me deixe zangado, se não faço você voltar para casa a pé, e amanhã não ligo para você e depois vou jogar futebol de salão com os meus amigos e a deixo sozinha, e depois volto bêbado para casa e...” p. 207


    Recomendo muito a leitura! O livro é muito bom e a narrativa diferente. Vale a pena para conhecer o estilo italiano de literatura e se deliciar com as irônicas reflexões de Toni. Quem gosta de um humor inteligente não pode deixar de ler!