12
fev
2015
A canção do súcubo - Richelle Mead
“Algumas pessoas escrevem histórias, outras as vivem.”
Georgina Kincaid é nada mais nada menos que uma súcubo, uma criatura mitológica (ou isso é o que os humanos pensam) que rouba energia vital dos humanos durante o sexo. E não é só isso. No mundo que ela vive - ou seja, o nosso - existem outros diversos seres mitológicos que não se acreditam existir, tais como demônios, vampiros e anjos, mas que são mais reais do que todo mundo pensa.
Georgina sempre quis viver uma vida normal e ter um amor, mas sabe que não pode; pra sobreviver precisa de sexo e de energia vital. Ela porém, se esforça pra isso e mantém uma fachada de humana comum com um emprego em uma livraria e amigos humanos (mesmo que pegue almas humanas de vez em quando pra se manter viva). Toda sua vida, porém, é abalada quando estranhos assassinatos de imortais começam a acontecer e pessoas próximas a ela começam a morrer.
Mesmo não sabendo como Georgina é de alguma maneira ligada aos assassinatos e ela acaba se envolvendo no mistério mais do que gostaria e buscando o que (e quem) está causando tudo isso. Ao mesmo tempo, Georgina tenta equilibrar sua vida normal com sua jornada sexual e em meio ao perigo e seus interesses amorosos nos leva para um mundo totalmente novo, envolvendo o submundo, demônios, sexo, e muito mistério.
Richelle Mead conseguiu me surpreender com esse livro. Pra quem já leu Academia de vampiros, sabe que a autora é ótima com livros juvenis, mas descobrir seu talento com livros adultos foi uma surpresa e tanto. A canção do súcubo consegue reunir todas as qualidades que já conhecemos (quem já leu sabe quais são) de VA e ainda acrescentar muitas outras que tornam a leitura ainda mais prazerosa.
O primeiro ponto a se destacar é a criatividade da autora e o mundo original que ela criou. Nunca li um livro na vida que se tratasse de súcubos e que explorasse tão bem os seres sombrios e infernais e os caracterizasse como realmente são - na minha cabeça eles são cruéis e realmente sombrios, sem todo o romantismo que costumamos ler em livros por aí.
Além disso há o fato de ela conseguir mesclar bem o romantismo da protagonista (ela tem alguns interesses amorosos no decorrer da história) com o mistério dos assassinatos e suas necessidades de demônio. O único problema do romantismo é quando Georgina decide se lamentar pela impossibilidade de ter relações com quem realmente tem interesse, mas até isso eu achei que a autora soube desenvolver bem, sem deixar muito massante e entediante.
Esse conflito interno da protagonista é, de certa maneira, um ponto chave na leitura. Afinal, ela é um demônio, é uma súcubo e não pode viver sem sexo e a energia vital que rouba com ele. Isso torna impossível pra ela ter uma relação saudável com alguém que ame (afinal ela não quer matar o cara). Além disso, Georgina é uma das personagens mais fortes que conheço, com seu gênio e suas tiradas sarcásticas, nos arranca boas gargalhadas e faz com que nos admiremos com sua personalidade.
A narrativa da autora, como em todos os livros que já li, é bem fluida e viciante. É impossível largar o livro, tanta pela curiosidade em relação ao rumo dos acontecimentos quanto pela narrativa simples e sem enrolação de Richelle. Outro ponto relevante desse livro são os personagens muito bem desenvolvidos pela autora, que são cativantes, tem sua importância na história e estão sempre nos surpreendendo. Além do mais a autora merece parabéns por conseguir tratar de sexo e ser muito sensual sem ser vulgar (risos). A história tem como um dos pontos centrais o sexo, mas é muito mais que isso.
De maneira geral o livro é viciante e extremamente surpreendente, com todas as características que eu procuro em um bom livro. Se tornou uma das minhas séries preferidas e meu único pesar são os preços salgados dos livros.
Classificação
Beijos,