Madrugadas de Desejo - Jayne Fresina
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Editora única,
Resenha
James por seu lado é um famoso libertino de quase quarenta anos. Depois de uma desilusão amorosa ele não quis mais saber de casamento e apenas usa as mulheres que encontra disponível. Mas a idade chega pra todo mundo e ele não está mais fazendo tanto sucesso como antes, tanto que seu mordomo lhe aconselha a arrumar uma esposa. E acontece que em um baile de máscaras ele conhece uma mulher fascinante, que o faz cogitar essa possibilidade, mas eis que a mesma some de vista e ele passa seis meses à sua procura, mas encontrando apenas uma mulher: Ellie.
Ambas as famílias de Ellie e James tem um longo histórico de ódio, portanto não é de se espantar que ambos se irritem tanto um com o outro. Os dois estão sempre discutindo, mas logo descobrimos que por trás dessa implicância dos dois existe uma atração que nenhum dos dois consegue resistir. Ainda mais depois que James descobre que a mulher misteriosa na verdade era Ellie, e que para tê-la como sua esposa ele vai ter que suar a camisa.
Não consigo imaginar nenhum outro escândalo que eu preferiria. Eu a amo, senhora Hartley.
Como todo romance histórico - ou a maior parte deles - Madrugadas de desejo segue uma receita básica: uma mocinha que foge aos padrões da época, é atrevida, independente e com uma língua afiada e um mocinho que é um libertino assumido mas que acaba se redimindo. Até aí tudo bem, esse fato nunca me incomodou nos romances de época que li porque a questão toda, ao menos para mim, está no desenvolvimento da história, algo que a autora soube fazer bem, mas não tão bem assim.
Pra começar algo que me surpreendeu um pouco é que os personagens não parecem estar no período histórico a que pertencem. Até gosto de uma mocinha que é mais a frente de seu tempo, mas esses dois levaram isso a outro nível. Eles realmente não se importam com as regras da sociedade ou com a reputação, algo que era tudo para aquela época. Isso pode ser bom por um lado, mas talvez por eu não estar acostumada com esse tipo de abordagem por parte da autora eu estranhei um pouco esse fato.
Quanto aos personagens a Ellie é tudo o que me agrada nas personagens femininas: é uma mocinha forte, que faz tudo que puder pela família, que não se importa com a opinião alheia e que fala tudo o que pensa. É realmente uma personagem marcante, mas que poderia ter sido um pouco melhor trabalhada. Por outro lado o James é daqueles que irrita. Ele é extremamente machista, arrogante e cheio de si. Entendo que isso é algo da época, mas ele realmente me irritou no início com suas atitudes, embora vá melhorando um pouco no decorrer da história.
Outro detalhe que me incomodou foi o desenvolvimento da história. Parece que tudo demorou demais pra acontecer, os protagonistas passam a maior parte do livro naquela guerra de vontades. Os dois são tão teimosos e nenhum deles quer dar o braço a torcer, o que tornou a relação deles em boa parte do livro em apenas uma relação carnal. Senti falta do romance leve entre eles.
Fora isso, o tom de humor do livro me agradou bastante. O mordomo e amigo de James foi de longe um dos melhores personagens secundários. Ele é bastante cativante e me divertiu horrores. Além disso, as reviravoltas que acontecem tornam a leitura bastante dinâmica e deixam o livro bem fácil de ler, algo que a narrativa em terceira pessoa também colabora.
Em suma, esse não foi um dos meus romances históricos favoritos, mas ainda assim foi uma leitura agradável. É um romance com uma narrativa fluida e com certo toque de humor, personagens que nos deixam com aquele sentimento de amor e ódio, e um enredo agradável, embora não tão bem desenvolvido. É um livro bem mediano, que dá pra ler e se divertir mas que não vai ser um dos melhores do ano - ao menos em minha opinião. Se você gostar do gênero recomendo que leia e tire suas próprias conclusões. =)
Classificação
(Daria um 3,5)
Beijos,