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    04
    out
    2015

    Mentirosos - E. Lockhart

    Os Sinclair são uma família rica e renomada, que se recusa a admitir que está em decadência e se agarra, a todo custo, às tradições. Assim, todo ano o patriarca, suas três filhas e seus respectivos filhos, passam as férias de verão em sua ilha particular com mansões repletas de objetos caros e inúteis, varandas com vista para o mar e uma disputa silenciosa pela herança. Enquanto as irmãs discutem constantemente, os mais jovens tentam ignorar e apenas se divertir.

    Cadence - neta primogênita e principal herdeira -, seus primos Johnny e Mirren e o amigo Gat são inseparáveis desde pequenos e, juntos, formam um grupo chamado Mentirosos. Gat é o único que não pertence à família e, ao contrário do esteriótipo Sinclair (jovens brancos, altos, loiros e perfeitos), ele tem ascendência indiana e, não por acaso, é o único a questionar aquela vida de privilégios. Cadence se encanta com ele desde o início e, conforme os anos passam, a amizade com aquele garoto intenso e de diferentes convicções políticas, evolui para "algo mais".

    Todavia, durante o verão de seus quinze anos tudo desmorona, pois Cadence sofre um terrível e estranho acidente. Ela passa os dois próximos anos em um período conturbado, com amnésia, depressão, fortes dores de cabeça e muitos analgésicos. Toda a família a trata com extremo cuidado e se recusa a dar mais detalhes sobre o ocorrido; até que finalmente a jovem retorna à ilha e suas lembranças enevoadas começam a fazer sentido. Logo Cadence recorda tudo o que aconteceu.

    Parte de mim quer sangrar pelo chão da sala ou derreter e virar uma poça de tristeza. Mas não faço isso. Não reclamo nem peço que tenham pena. EM vez disso, choro. Não estou soluçando, mas lpagrimas escorrem pelos meus olhos sem cessar. E eu descubro que me lembro.

    Mediante ao grande sucesso que Mentirosos fez - e faz - na blogosfera, estava bem animada para saber quais os segredos que o livro esconde. Li muitos comentários empolgadíssimos, recomendações excelentes e relatos de várias pessoas que ficaram embasbacadas com o desfecho da história. Desse modo, criei uma expectativa absurda e iniciei minha leitura empolgadíssima. Também queria fazer parte dessa explosão de entusiasmo e trocar figurinhas com os blogueiros e amigos.

    Me frustrei.

    Talvez eu tenha apostados todas as moedas sem ao menos considerar o benefício da dúvida. Não tinha sequer UM comentário negativo a respeito do livro e mergulhei de cabeça. A cada capítulo lido minha ansiedade aumentava, pois acreditei que estava prestes a "dar de cara" com algo mirabolante e que me deixasse de queixo caído. E nada! Fui acompanhando a narrativa de Cadence e comecei a especular o que aconteceu, de fato, com ela. Não aceitei, mas passei perto.

    Mesmo com uma escrita inteligente, agradável e levemente poética, a autora não conseguiu me cativar e me senti enganada em grande parte do livro. Não compreendi a razão pela qual o grupo é chamado de "Mentirosos" e o final me fez ficar uns dez minutos olhando para o livro fechado nas minhas mãos. Sim, se você não depositar expectativas demais ele vai te surpreender. No entanto, só consegui pensar "É serio, isso?". Não me chocou, não me surpreendeu, não me abalou.

    É inegável o talento que E. Lockhart tem - vide seu sucesso -, porém me sinto culpada pela minha frustração durante a leitura. Não costumo buscar muitas informações sobre um determinado livro quando estou muito interessada e poderia, se quisesse, ter evitado ler demais a respeito deste. Porque diante de tanta gente falando bem, somente duas coisas podem acontecer:

    a) você ser influenciado por quem gostou e gostar porque todo mundo falou bem; e
    b) se frustrar justamente porque não é tudo isso que disseram.

    Então, meus queridos, me encaixo na segunda opção. É um livro bom? Sim. Mas fui tão bombardeada com indicações que acabei esperando demais e não encontrei o que procurava. Imaginei uma história bem diferente: com segredos obscuros, com traições, com pessoas sendo desmascaradas e etc. e não é por aí. Não encontrei nada de extraordinário.

    A mensagem do livro, de modo geral, é mostrar o quão corruptível o ser humano é. Dinheiro. Poder. Fama. Ele mostra a realidade nua e crua. Pessoas fúteis, interesseiras, falsas... Quem não conhece? Não é tão ruim quando não temos laços de sangue com elas, hum? Mas e se for um (a) irmão (a), um (a) tio (a) ou um (a) avô (a)? Complicado, hein? Principalmente quando você é diferente de todos eles.

    Mentirosos foi, no mínimo, interessante. Não correspondeu às minhas expectativas, mas talvez seja uma leitura muito proveitosa para você. Não desanime por conta dessa resenha, ok? Cada um de nós tem uma experiência diferente e nada como tirarmos nossas próprias conclusões. :)

    Avaliação:




    Beijão,