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    01
    jun
    2015

    A Herdeira - Kiera Cass

    (...) Não sei o motivo - talvez a sua juventude, talvez por você ser mulher, talvez por motivos que nenhum de nós seja capaz de entender -, mas é preocupante. (...) Pare de manter todos distantes, Eadlyn. Você pode ser corajosa e ainda ser feminina. Pode liderar e ainda gostar de flores. E o mais importante: você pode ser rainha e ainda ter um marido.

    Vinte anos após a última Seleção, Eadlyn, a filha mais velha de America e Maxon está prestes a selecionar trinta e cinco novos pretendentes. Mesmo descrente em relação ao amor, casamento e, à competição, a Seleção se inicia e tudo que a jovem princesa vinha planejando, assim como sua ideia fixa de que não precisava – e nem pretendia encontrar – um marido, começa a escapar de suas mãos. Logo, ela perceberá que encontrar um príncipe à sua altura não é tão impossível quanto ela imagina.

    Bem, quero avisar neste parágrafo que é IMPOSSÍVEL escrever esta resenha sem spoilers de A Escolha, livro anterior a este. Inclusive, também é praticamente inviável lê-lo sem ter lido os três anteriores também. Por quê? Simples. Durante toda a leitura você vai encontrar revelações sobre a seleção de America. Portanto, ler este livro é o mesmo que pegar os outros e ler apenas o final. O que não dá para evitar de saber (nem na sinopse), é o fato de com quem a mocinha fica no final. Então, é claro que America e Maxon se casam. Ponto. Se você não se importar com possíveis spoilers, pode seguir em frente!

    Vinte anos se passaram e o sistema de castas foi removido, America e Maxon tiveram quatro filhos e, pode-se dizer, que quase viveram felizes para sempre; não fosse as novas revoltas geradas pelo povo, mesmo após à abolição do sistema. Muitas pessoas ainda sofriam com o estigma de suas origens, principalmente aqueles que descendiam das castas mais baixas. Parte do povo estava descontente. Inúmeros jovens não conseguiam emprego e os levantes ameaçavam tornar tudo um caos.

    Em busca de mais tempo para solucionar os problemas da população, Maxon e sua esposa têm a brilhante ideia de realizar uma nova Seleção, a fim de mostrar aos seus súditos que o laço entre eles ainda existia. A tarefa mais difícil seria, no entanto, convencer Eadlyn. A jovem era gêmea de Ahren, que não seria o futuro Rei porque nasceu sete minutos após a irmã. Portanto, segundo as leis de Illéa, Eadlyn era a herdeira do trono por direito. E, a cada segundo de sua vida, ela se vangloriava por isso. 

    Diferente da mãe, Eadlyn cresceu em meio ao luxo, dentro dos muros do palácio. Não tinha muitos amigos e JAMAIS cogitou a hipótese de que governaria Illéa ao lado de um marido. Casamento não fazia parte de seus planos e, menos ainda, de seu vocabulário. Desse modo, a jovem não aceita muito bem a notícia da Seleção. Porém, acaba cedendo, mas não sem antes fazer algumas exigências. Assim, a corrida se inicia e, das milhares de cartas de pretendentes, ela enfim seleciona os trinta e cinco candidatos.

    Bem, é muito difícil dizer isso, mas é preciso. Eu não faço ideia do que a autora tentou fazer com a Edalyn. Primeiro, a protagonista é uma garota insuportável. Ela é esnobe, elitista, tem um sarcasmo desagradável e se acha o último biscoito do pacote. Poderia culpar a criação dos pais, mas os irmãos são completamente opostos. Passei metade do livro querendo socar a menina e até pensei em desistir da leitura, tamanha a antipatia. Acham que estou exagerando? Segue três quotes:
    Olhei para o espelho e disse para o meu reflexo: - Você é Eadlyn Schreave. Será a próxima pessoa a governar este país e a primeira garota a fazer isso sozinha. Nenhuma pessoa é tão poderosa quanto você.
     
    Não sei de quem sentia mais vergonha: dele, pela aparência tão desleixada, ou da minha família, que tinha de ser vista com aquele desastre. E Josie... Eu não tinha palavras para descrever como aquela menina era deplorável.
     
    Só que eu não era meu pai e minha mãe. Não importava o quanto a situação parecesse romântica para ele, eu só não conseguia pensar nos trinta e cinco garotos – barulhentos, intragáveis, fedidos – que estavam prestes a invadir minha casa.

    Segundo, ela tem problemas sérios relacionados a manifestações de afeto (que não sejam entre seus parentes - pai, mãe e irmãos). Como assim? Ela não acredita em amor e em como as pessoas se deixam ser subjugadas por um sentimento como este, que faz com que baixem a guarda e fiquem, de certa forma, expostos e vulneráveis. Para ela, o amor enfraquece as pessoas e, tudo que ela NÃO quer, é ser fraca. É uma distorção de valores muito maluca e, sinceramente, tendo os pais como exemplo, não sei mesmo de onde ela tirou esse raciocínio ridículo.

    Felizmente, mesmo soltando outras pérolas como as que citei acima, Eadlyn começa a parecer mais “humana” conforme a Seleção avança. Acredito que autora percebeu que perderia público se mantivesse uma protagonista seca e desprovida de sentimentos. Hahahahaha Brincadeiras à parte, quero deixar claro que depois de alguns capítulos passei a compreender melhor. Em resumo, a menina não se relacionava com pessoas fora do seu círculo, não tinha contato com a "vida real". Ou seja, cadê os amigos com quem fazemos loucuras, os namoricos escondidos, as festas proibidas... Ela cresceu com uma responsabilidade nas costas e não aprendeu a separar dever e diversão, a canalizar a frustração, a ter "sentimentos" e atitudes mais humildes. Entendem?

    Seu melhor (e único) amigo e confidente era seu gêmeo, Ahren, e umas das coisas mais bonitas do livro é a cumplicidade entre eles. É lindo de se ver, embora devo admitir que eles dão choque de vez em quando. Normal, né? Ahren me encantou desde o início e adoraria que ele tivesse sido o protagonista, não ela. Acho que mudar a perspectiva seria uma boa aposta, visto que os primeiros livros eram narrados pela America. Uma visão masculina sobre a seleção seria bem interessante de acompanhar. Mas...

    Achei que faltou um pouco mais de política, embora a Seleção tenha sido, inicialmente, uma estratégia para acalmar a população, o foco ficou apenas na relação de Amor&Ódio de Eadlyn e seus candidatos. Não me agradou a forma como a autora retratou America e Maxon neste livro, pois os dois eram bem firmes e decididos anteriormente e agem de maneira muito fleumática diante dos ataques eufóricos da filha. Veja bem, não estou dizendo que deveriam pegar um galho de goiabeira e sentar o sarrafo, mas fazer cara de paisagem e deixar a guria os expulsar de um cômodo após um xilique, é demais. Ela chega a se achar superior aos próprios pais. Pasmem!

    Quanto aos candidatos, é realmente desanimador. Exceto por Kyle - filho mais velho de Marlee e que foi inscrito misteriosamente na Seleção, ou seja, nem ele e nem os pais sabem como seu nome lindo foi parar no meio das fichas dos selecionados - e Erik, que nem está, necessariamente, participando da Seleção, mas dizer quem ele é ou o que faz é dar um spoiler, então quebrem cabeça sozinhos ou leiam o livro. Hehehe! Mistérios à parte, adorei cada página em que eles estavam presente. Tem outros bem fofos, mas nada que cause borboletas no (meu) estômago. Inclusive, tem uns bem violentos. É bizarro.

    Vale à pena a leitura? Sim, afinal o livro não é de todo ruim, apesar de ter mais baixos que altos. E também  porque você precisa chegar ao final (não vale pular, hein? Mesmo que leia o que tem lá, não vai entender o que aconteceu para as coisas acabarem daquela forma). Fiquei muito emocionada, talvez pelo fato de eu não ter tido irmãos até os meus vinte anos de idade e, quando ele nasceu, eu tinha acabado de me casar (eu sei, casei cedo, hein? Hahahaha). Derramei algumas lágrimas, confesso. E, por Ahren, leia o livro. <3 Será que sou a única que gostaria que ESTE livro fosse na visão dele como herdeiro e não a Eadlyn? Who knows!


    P.S.: Recebi um exemplar para resenha da nossa parceira, Editora Seguinte, mas comprei também o exemplar limitado de capa dura, na pré venda da Saraiva. Não é sempre que aparece capa dura por aqui e, quando surge a oportunidade, não podemos deixar passar. Além disso, algo que é indiscutível: as capas e o trabalho gráfico dessa série são maravilhosos e deixam a estante linda! <3 MAAAAS... não acaba aqui. Fiquei sabendo que a série INTEIRA vai ganhar essa edição especial EXCLUSIVA! Isso mesmo! Segue os links da pré-venda:

    A Seleção: http://goo.gl/ox0Q2c
    A Elite: http://goo.gl/CDgrdt
    A Escolha: http://goo.gl/LTMpJt

    Até breve e não deixem de garantir seus exemplares. :)

    Classificação:



    Beijão,