10
fev
2017
Outlander, os tambores do outono
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Outlander,
Resenha
Os tambores de outono é o quarto livro da série Outlander, e foi dividido em duas partes aqui no Brasil. Como não vou me aprofundar muito nos detalhes da história - afinal não quero soltar nenhum spoiler indesejado - vou fazer a resenha das duas partes juntas. Mesmo sem me aprofundar, pode ser que você que não conhece a série se sinta meio perdido, então, caso queira, pode conferir as resenhas dos livros anteriores nos links a seguir:
Neste quarto volume acompanhamos, novamente, dois arcos de tempo diferentes: Claire e Jamie no passado, no século XIII, e Brianna e Roger no século XX. Como vem acontecendo com a história criada por Diana Gabaldon, o universo de Outlander está se expandindo cada vez mais e dessa vez seu desenrolar se dá na América, longe da conhecida e encantadora Escócia. Clarie, Jamie e Ian estão começando uma nova vida, em um lugar muito mais selvagem do que o que estão acostumados: é uma colônia, então a gama de conflitos e jogos de poder é totalmente diferente. São inseridos na trama elementos como escravidão e a complicada vida dos imigrantes que estão tentando construir algo para si. O próprio Jamie começa a querer galgar seu lugar na nova terra, inclusive se tornando um homem com certa influência.
Do outro lado temos Brianna, que está sofrendo com a "perda" da mãe e ao mesmo tempo está começando seu relacionamento com Roger. Angustiada por querer saber mais da história de seus pais, Brianna, com a ajuda de Roger, começa a investigar os acontecimentos de 200 anos atrás para tentar descobrir o que aconteceu com eles, e é assim, ao descobrir como os dois morrem, que Brianna parte para o passado a fim de mudá-lo e evitar o acontecimento que acabará com a vida de seus pais. Roger por sua vez, não ia ficar parado, e ao descobrir o que Brianna fez parte atrás dela rumo ao passado.
Confesso que, apesar de ainda manter o alto padrão de qualidade de seus livros, nesse volume Diana deixou um pouco a desejar com sua história. Alguns acontecimentos e atitudes de seus personagens foram completamente irritantes e frustrantes. Quando eu, conhecendo bem determinado personagem (após 3 livros já somos íntimos, rs), esperava determinada atitude, o dito cujo me decepcionava completamente.
Dito isso, esse é o volume mais fraco até agora, e mesmo assim, Diana ainda conseguiu nos brindar com uma escrita infinitamente rica e que nos fascina do começo ao fim - mesmo quando estamos inconformados com os personagens. Ainda consigo ficar surpresa com o fato de que, mesmo após tantos livros e tantos acontecimentos, Diana ainda consegue criar uma trama rica, original e ágil. Ela não fica rondando as mesmas coisas, como acontece com algumas séries, ela cria sempre algo novo, tem sempre uma faceta diferente de um personagem pra mostrar, algum detalhe da parte histórica que ainda não conhecemos, enfim, sempre algo diferente que enriquece sua narrativa.
Além do mais, mesmo que tenham me decepcionado um pouco, eu amo o fato de que a autora consegue manter os personagens em constante crescimento pessoal. Tem sempre uma faceta nova deles que aparece, sempre algo pelo que eles passaram que os faz amadurecer um pouco mais. Todos os personagens que ela insere na trama, sejam novos ou antigos, são muito bem construídos, com uma personalidade única e complexos em si mesmos. Sem falar que não há nada como o amor entre Jamie e Claire que SEMPRE me arrancam suspiros. E, acredito eu, Brianna e Roger vão seguir o mesmo caminho - embora jamais serão como meus dois xodós.
Se tem uma palavra que define esse livro, eu diria que é emoção. Desde o início, eu senti uma carga mais profunda de drama aqui, e confesso que achei, em termos de sentimento, esse o livro mais intenso da série. O encontro entre Brianna e Jamie (FINALMENTE), foi lindo demais e quase me arrancou lágrimas dos olhos, apesar da simplicidade. Foi sutil, mas lindo e emocionante, uma das cenas mais esperadas pelos fãs, com certeza.
No geral, o livro mantém o padrão de qualidade que tanto me conquistou nos primeiros livros, com a escrita bem trabalhada e rica da autora, e uma narrativa que envolve desde as primeiras linhas. Sem falar na pesquisa histórica, que é sempre muito bem feita e nos fascina pelos detalhes que contém. Personagens bem trabalhados, uma trama emocionante e que continua ágil mesmo com o drama. Não tem como ser melhor!
Classificação
Beijos,