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    15
    jul
    2017

    Escuridão Total Sem Estrelas - Stephen King

    Como fã árdua de Stephen King, recentemente tive a oportunidade de reler um de meus livros favoritos. Publicado em 2015 pela Suma das Letras no Brasil, Escuridão Total Sem estrelas foi um daqueles livros que impregnam na sua mente e demora para apagar suas marcas. 

    Com um visual diferente do habitual, o livro tem a capa e a borda das páginas pretas, como sugere o nome. Dividido em quatro contos muito bem elaborados, diga-se de passagem, King mostra mais uma vez a sua habilidade em tornar nossos medos muito mais reais, e ainda por cima nos fazer encarar que nem sempre as coisas parecem como são, e até que criminosos tem o seu lado e motivos numa história, tornando muitas vezes os personagens não parecerem nada fictícios, pois estão tentados aos erros tanto quanto nós. 

    Na primeira vez que o li, durante dias pensava a respeito sobre cada um dos contos, e sobre as lições que cada um deles me passou, e dessa vez não foi diferente. 
    No primeiro conto, 1992, conhecemos Wilfred James, um fazendeiro que junto de seu filho mata a própria esposa por hectares de terra herdados por ela. A cada reviravolta desse conto, sofremos pelas consequências desse crime que tem um dos melhores finais do livro. Te prepara para os próximos contos seguintes, te prendendo até a sua última página.

    O segundo, Gigante do volante, uma mulher é estuprada numa estrada vazia por um estranho que a abandona num bueiro por achar que ela está morta depois de estuprá-la mais outras vezes. A partir daí vemos a sua vingança e a descoberta de um lado que nem mesma ela sabia que existia. Cada detalhe nessa história, seja você mulher como eu, te faz temer ainda mais andar na rua a noite, ou estar na companhia de pessoas desconhecidas em lugares fechados. E você, caso seja homem, vai poder entender o quanto esse assunto precisa ser discutido e entendido na nossa sociedade.

    O terceiro conto e o mais curto, Extensão justa, nos é apresentado um homem com câncer, Dave Streeter, que faz um “acordo” com um vendedor ambulante. Nesse acordo, Dave pode ser salvo se escolher alguém para passar a sua doença, então ele observa de perto como é destruir a vida de alguém para salvar a sua. Esse conto me fez pensar principalmente sobre como nós seres humanos somos egoístas.

    No último conto, Um bom casamento, a vida de 27 anos de um casal pode acabar em morte após Darcy encontrar objetos de seu marido que a faz questionar sobre quem seu marido realmente é. Este é sobre aceitarmos que não conhecemos ninguém de verdade, e que podemos nos assustar muito com o que as pessoas que mais amamos podem fazer.

    Em nenhum dos contos ocorre eventos sobrenaturais, como muitos estão acostumados ao ler SK. Em todos os contos são trabalhados o terror realista, sobre coisas que podem acontecer com você e à nossas pessoas mais próximas. Com uma descrição extraordinária, conseguimos ver cenas perturbadoras de todos os ângulos diferentes, e pensamos até onde é possível chegar o ser humano no seu nível de maldade. O título não poderia ser melhor, pois o que esses personagens vivem são verdadeiros momentos de trevas sem nenhuma luz, e acredite, você ansiará muito por ela.

    Resenha por: Ingrid