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    10
    mar
    2018

    Resenha | Suicidas

    Pasmem! Sou uma das poucas pessoas que tem a audácia de viver pra dizer que até então nunca tinha lido nenhum autor nacional. Como para tudo tem uma primeira vez, posso dizer que comecei muito bem. E não foi por nenhum clássico, como Assis ou Drummond. Embarquei na literatura brasileira por um nome que já deve ser bastante conhecido por você, leitor: Raphael Montes. O livro que pude prestigiar do mesmo foi o seu primeiro publicado, Suicidas, no ano de 2010 pela editora Benvirá, e recentemente relançado com 2 capítulos finais extras pela CIA das Letras.

    Por que falar de um livro que já está no mercado há tanto tempo e só pude apreciá-lo agora? Muito simples: Q U A L I D A D E. Suicidas reúne de 400 à quase 500 páginas (dependendo da sua edição) cheias de suspense, plot twists e uma escrita um tanto peculiar.

    O que quero dizer com peculiar? Começando pela premissa, em Suicidas, Raphael Montes traz tipos de narrativas diferentes, uma no passado e outra no presente. O passado nos é apresentado através de anotações em primeira pessoa do protagonista Alessandro (ou Alê), e da sua escrita para com o momento em que ele mais alguns jovens se reúnem para se matar numa casa de campo. De acordo com entrevistas, o autor afirma que queria fugir da normalidade nos filmes e outros livros, onde há sempre um assassino em questão. Começamos sua história cientes de que todos estão mortos, então o que nos leva a ler com tanta voracidade essas páginas é para entender o motivo. Outra forma de narrativa apresentada é em terceira pessoa, um ano depois desse acontecimento, quando as mães dos Suicidas se reúnem para entender de fato o que aconteceu com aqueles jovens e o que os levaram à isso, e assim essas partes se intercalam pouco a pouco nos deixando ainda mais curiosos.

    Mais uma peculiaridade, ainda que singela, é a capacidade do autor conversar com o leitor, e falo do leitor brasileiro, já que seus livros foram traduzidos para mais de 22 países. E essa conversa sucinta ocorre simplesmente com as características culturais que temos e não estamos tão acostumados a ler no dia a dia, somos "americanizados" até na literatura. Isso reflete tanto nos personagens, a forma como falam e interagem, mas principalmente como pensam, cada um com sua personalidade. E também nos cenários e ambientações. 

    Com uma história viciante, que sofri para terminar por amor à trama, o que mais me encantou em Raphael Montes são os plot twists que ele apresenta. Suicidas termina um capítulo te deixando louco para ler o próximo, isso porque o autor coloca tantas reviravoltas que você vai ficar boquiaberto em cada uma delas! Mas não se engane, as mesmas são condizentes com a história, em todas a sua surpresa ainda é maior. Não cheguei a perceber nenhum erro de lógica ou continuidade, o que é sempre bom observar em romances policiais, que por sua vez, é a especialidade do escritor.

    Além de recomendadíssimo, não preciso acrescentar que estou obcecada nele como sempre estive pelo mestre King, né? Ademais, quero ler todos os seus romances. E se você ainda não conhece o trabalho de Montes, não há maneira melhor de começar, Suicidas é um livrão da p*rra!!!




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