22
mai
2018
Enterre Seus Mortos
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Ana Paula Maia,
Cia das Letras,
Resenha
Mais um entre os livros nacionais que tive a oportunidade de ler e apreciar. Escrito por Ana Paula Maia e publicado pela Cia das Letras, Enterre Seus Mortos já começa com uma situação nada comum, o que chamou minha atenção. O livro é curto e empolgante, para quem ama um bom suspense, pode apreciar a história em apenas um dia, o que eu não recomendo, já que ele é bem forte, por assim dizer.
Acompanhamos a trama de Edgar Wilson, um homem do cotidiano que executa suas obrigações no trabalho e leva uma vida simples e totalmente pacata. Ele é responsável por recolher carcaças de animais, e as leva para um depósito onde são triturados esses restos até virarem adubo. Insensível e rotineiro, Edgar já está habituado com o fedor e as coisas grotescas que presencia no dia a dia. Tudo muda quando ele encontra o corpo de uma mulher que cometeu suicídio por um enforcamento dentro de uma mata. Quando descobre que a polícia não possui recursos para recolhê-lo, já que o rabecão está quebrado, Edgar acaba transportando o corpo da mesma afim de evitar que animais a ataquem, guardando-a num freezer do trabalho, e assim ele tenta descobrir o que de fato aconteceu com ela.
Edgar tem um amigo um colega que também executa as mesmas tarefas chamado Thomás, que é um homem de fé, sendo um padre excomungado. Thomás o ajuda na procura da solução para esse mistério e ainda tenta salvar a alma da mulher. Apesar desse suspense, o foco do livro são as reflexões que a autora aborda sobre vida e morte numa escrita seca mas extremamente detalhista, nos fazendo viajar e até sentir as situações apresentadas. Além de ter diversas críticas sociais com uma "pegada" ala faroeste, que é desenvolvida de uma forma totalmente original.
Apesar das pequenas páginas, 136 para ser mais exata, a autora contemporânea não deixa pontas soltas, desenvolve bem seus personagens que como pessoas comuns, tem seus aspectos positivos e negativos. É um pouco lento, brutal, mas cativante para além daqueles que estão acostumados com um bom romance policial. É carregado ainda de filosofias não muito atípicas, que nos fazem refletir sobre coisas das quais não estamos familiarizados, o que só me despertou vontade de conhecer os outros trabalhos de Ana Paula Maia. Ela nos mostra uma coisa que adoro e sempre repito nas minhas resenhas: dá pra fazer muito com pouco. E ainda me lembra quão é importante a valorização dos nossos escritores brasileiros, que podem contar suas histórias em diversas perspectivas e lugares diferentes. Recomendadíssimo e instigante, sinceramente eu não sei porque você, leitor, ainda não o leu.
Apesar das pequenas páginas, 136 para ser mais exata, a autora contemporânea não deixa pontas soltas, desenvolve bem seus personagens que como pessoas comuns, tem seus aspectos positivos e negativos. É um pouco lento, brutal, mas cativante para além daqueles que estão acostumados com um bom romance policial. É carregado ainda de filosofias não muito atípicas, que nos fazem refletir sobre coisas das quais não estamos familiarizados, o que só me despertou vontade de conhecer os outros trabalhos de Ana Paula Maia. Ela nos mostra uma coisa que adoro e sempre repito nas minhas resenhas: dá pra fazer muito com pouco. E ainda me lembra quão é importante a valorização dos nossos escritores brasileiros, que podem contar suas histórias em diversas perspectivas e lugares diferentes. Recomendadíssimo e instigante, sinceramente eu não sei porque você, leitor, ainda não o leu.
“Diante dos mortos, seja humano, seja animal, ele não se mantém insensível. Não existe sentimento de desprezo maior do que abandonar um morto, deixá-lo ao relento, às aves carniceiras, à vista alheia”.
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