10
out
2017
Jogo Perigoso
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Lançamento,
Netflix,
Stephen King
Uma palavra para resumir esse filme: aflição. Jogo perigoso estreou agora, no final de setembro e já tem uma aprovação muito grande pelos assinantes da Netflix, produtora e distribuidora dessa adaptação. Depois de It - A coisa, o filme não é nada mais nada menos baseado também em um livro do mestre do terror, Stepehn King, e foi publicado pela primeira vez em 1992 e em 2000 aqui no Brasil.
Confesso, que apesar de fã do autor, não li o livro. E como me surpreendi, apesar de ser muito caricato esse tipo de história vindo dele. Com um elenco de Bruce Greenwood e Carla Gugino nos papéis de Gerald e Jessie, a premissa da trama é bem simples, no entanto, muito instigante e intrigante. Os dois personagens formam um casal que, na tentativa de dar uma ânimo ao casamento, decidem passar um fim de semana numa casa isolada para esquentar o clima sexual dos dois. Quando, depois de algemada na cama, Jessie vê o marido ter um infarto e falecer ainda amarrada. Assim começa sua tentativa de sobreviver em meio à loucura e tensão provocada por sua mente, que a leva a enfrentar seus piores medos e segredos.
Fiquei boquiaberta o tempo inteiro, principalmente pelos diálogos imaginários que ela tem com o marido morto e com uma projeção mais segura de si mesma que a incetiva a lutar para sair dali. O diretor, Mike Flanagan, nos envolve no passado cruel de Jessie, para entendermos suas circunstâncias atuais e o real status de seu casamento. Temas são abordados como abuso, pedofilia, e necrofilia, claro, de uma forma nada sutil.
Além das atuações memoráveis, um grande ponto positivo desse suspense é a fotografia. Com tons multicoloridos e que mudam o clima entre o passado e o presente, entendemos ao decorrer que a personagem sempre esteve presa ao passado e as coisas que lhe aconteceram. As algemas se tornam superficiais perto do que ela guarda dentro de si. Uma boa peculiaridade do mestre, King usa e abusa de metáforas e da loucura do ser humano, o famoso terror psicológico.
Apesar disso, é importante ressaltar alguns defeitos do longa. O final acaba sendo corrido demais, e sem sentido. Poderia ser mais trabalhado se alguns nuances tivessem sidos acrescentados à história desde o início, onde sua construção é primordial e bem elaborada, como os temas sobrenaturais, por exemplo. Há algumas pequenas referências que os fãs do autor irão capitar de imediato, estabelecendo linhas paralelas à suas outras obras. Ainda sim, a praticidade em contar uma boa história com pouquíssimos personagens dão um certo brilho ao filme.
Com um final um pouco mais trabalhado, julgaria um dos mais grandes acertos da Netflix e em adaptações do King, que definitivamente teve 2017 marcado como seu ano. Pensando nisso, gostaria até, como fã, de preparar uma semana especial dedicada ao autor, em breve aqui no blog. O que acham? Deixem o feedback de vocês.
Jogo Perigoso, é sim um bom filme para quem quiser entender as suas camadas. Lerei o livro em breve para tirar minhas próprias conclusões sobre o quão profunda pode ser essa história.
Texto por: Ingrid
Confira o trailer legendado: